II Co. 12:7 - O Espinho

A maioria das pessoas que eu conheço gosta de receber flores, principalmente rosas. Eu não gosto de rosas.

Quando falei isso aos meus amigos, muitos me olharam com aquele olhar crítico que todos nós conhecemos, porque já o recebemos e também já o expressamos em várias situações da vida. Por que todos esperam que eu goste de rosas? Eu tenho tristes lembranças delas. Por exemplo: minha avó tinha várias roseiras no seu jardim e eu que estava sempre correndo de um lado para outro, por inúmeras vezes, tive meus braços arranhados ao passar perto das roseiras. Elas também foram responsável pelas destruição de inúmeras de minhas pipas de papel. Sem contar as vezes que tentei cortar algumas para presentear minha mãe com um bouquet e tive meus dedinhos perfurados pelos espinhos. Ah, eu decidi que não gosto de rosas.

No entanto, hoje eu comecei a analisar essa minha aversão às rosas e cheguei à conclusão que o problema não são as flores, mas os espinhos. Na verdade eu não gosto dos espinhos que a rosa tem. Mas, pensando bem, qual a função dos espinhos? Os livros de botânica falam de várias funções dos espinhos, que em resumo, podemos colocar da seguinte maneira: Os espinhos são úteis!

Ao pensar na utilidade dos espinhos, lembrei do apóstolo Paulo que falou:"foi-me dado um espinho na carne" II Co. 12:7. Ele orou três vezes especificamente sobre essa situação, pedindo a Deus para remover esse espinho que o torturava. Apesar das muitas suposições sobre o que seria esse espinho de Paulo, ninguém realmente sabe o que era, mas todos podemos ter certeza para quê era. O próprio apóstolo afirma: "a fim de não me exaltar.." II Co. 12:7.

Sendo assim, o importante aqui não é gastarmos tempo tentando descobrir qual era o espinho de Paulo, mas entendermos a função desse espinho. O apóstolo Paulo havia recebido de Deus muitos dons e corria o perigo de se exaltar a si mesmo, cometendo pecado contra Deus, a quem toda a honra e glória deve ser dada. Então, Deus no seu constante trabalho de oleiro, trabalhando no vaso de barro chamado Paulo, colocou esse espinho, para que Paulo tivesse em mente quem está no controle de tudo é o Senhor. Ele era apenas o vaso. O espinho da carne de Paulo era na verdade uma lição de humildade que não podia ser removida, porque havia sido colocada com o propósito de lembrar e relembrar ao apóstolo a ser humilde em todo o tempo e sempre.

Voltando para a rosa, fico pensando, você já pensou se as rosas não tivessem espinhos? Como seriam vaidosas? E o que falar de nós? Bem, que não sejamos tolos de ignorar os espinhos em nossas vidas, sabendo que eles têm uma função: lembrar-nos de que somos pó! E que somente Deus é digno de louvor: "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. Flp 2:13. E que somente nEle podemos ser fortes, mesmo na fraqueza.
Que a resposta de oração que Paulo recebeu esteja também em nossos corações como resposta às nossas indagações: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza..."

E tal qual Paulo possamos repetir: "De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo." II Co. 12:7.

Que o Senhor a todos abençoe é a minha oração!