Mateus 7.1 - A TARTARUGA E OS OVOS

Quando eu e meus irmãos éramos crianças, nosso pai nos deu como presentes tartarugas vivas que mediam cerca de 50 cm de altura. Elas se transformaram numa atração na vizinhança e muitas pessoas vinham a nossa casa apenas para ver as tartarugas gigantes. Em função de tantas perguntas que faziam a respeito de nossos animaizinhos de estimação, resolvi fazer uma pesquisa mais apurada sobre a vida das tartarugas. Descobri que elas possuem audição, visão e olfato bem desenvolvidos, e têm também uma grande capacidade de orientação. Gostei muito de saber que elas vivem muitos anos, pois assim, teríamos a companhia delas por muito tempo.

Mas, ao ler sobre como as tartarugas se tornam mamães, um sentimento de decepção ofuscou toda minha anterior admiração por elas. Corri até minha mãe e falei: "Mãe, a senhora sabia que as tartarugas são as piores mães do mundo? Na hora de colocar os ovos, elas vão até a praia onde nasceram, e ali colocam mais de cem ovos. Cobrem-nos com areia e voltam para o mar, para nunca mais verem os ovos, muito menos os filhos." Por mais que minha mãe tenha me explicado aspectos da vida animal naquele dia, criei uma certa antipatia por essas mães desnaturadas que não esperam para ver os filhotes e nem cuidam deles.

Muitos anos depois, meditando na Palavra de Deus sobre obedecer, e ao procurar um exemplo de obediência para ilustrar uma aula, para minha surpresa, não foi nenhum dos muitos personagens bíblicos que me veio à memória, mas... a tartaruga. Por mais que eu tentasse falar de Abraão, Moisés ou Paulo, ela continuava lá na minha cabeça. Parei e perguntei a Deus qual a razão daquela tartaruga estar ali no meio do meu caminho. Tive que pedir ajuda a Deus sim, porque remover uma tartaruga gigante não é tarefa fácil. Entendi que havia um propósito nisso tudo.

Após orar, as nuvens da dúvida começaram a se disssipar e eu entendi o porquê de a tartaruga colocar seus ovos lá na areia da praia e voltar para o mar sem nunca ver os filhos. Não é porque ela não os ama. Não é porque ela é uma mãe carrasca. Não é porque ela está muito apressada para curtir as emoções do oceano. Não é porque ela é egoísta. Não! Nada desses meus terríveis julgamentos. Ela faz assim, porque foi assim que Deus mandou ela fazer. Ainda que pareça absurdo para todo mundo, foi isso que o Criador a instruiu para fazer, e sem questionamentos filosofais, ela simplesmente OBEDECE.

Ainda que a tartaruga não possa ler, parece que ela tem conhecimento de Deuterenômio 30:15-16 “Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. Se guardares o mandamento que eu hoje te ordeno de amar ao Senhor teu Deus, de andar nos seus caminhos, e de guardar os seus mandamentos, os seus estatutos e os seus preceitos, então viverás, e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que estás entrando para a possuíres.” Se uma tartaruga pode viver essa verdade, porque é uma de suas criaturas e obedece ao seu Criador, quanto mais deveríamos nós que, além de crituras, somos feitos filhos através de Jesus Cristo.

Mas, para minha vida, a lição mais preciosa com esse acontecido foi ter aprendido que somos crueis com nossos julgamentos. Essa é uma prática que devemos abolir de nossa vida e obedecer ao que Jesus nos ensina: "NÃO julgueis, para que não sejais julgados. Mateus 7.1. Simples assim! E só obedecer.

Que o Senhor a todos abençoe é a minha oração!