João 12:24 - O Grão de Trigo

Outro dia quebrei meu dente comendo bolo. Não um daqueles que ficam lá atrás e podem passar despercebidos, mas um dos dentes da frente. Sendo assim, precisei ir correndo atrás de um dentista, sem rir para ninguém no caminho até o consultório.

Enquanto eu esperava na cadeira, até que o profissional viesse consertar meu sorriso, comecei a usar minha técnica de distração quando num consultório dentário, a qual consiste em olhar todos os objetos, grandes e pequenos, cuidadosamente, para aliviar a tensão. Comecei pelas paredes, porque estavam decoradas com quadros de plantações e colheitas numa antiga fazenda. Era tudo que eu precisava: quadros repletos de detalhes. Mas, um desses detalhes em especial me chamou a atenção. Logo abaixo de um dos quadros, na moldura, havia um pequeno compartimento com tampa de vidro e nele grãos de trigo, provavelmente retirado de uma daquelas plantações num passado bem remoto.

Achei bastante interessante essa idéia. Quanto tempo eles estariam ali? Sempre! Foi a resposta que me veio à mente. Passada a admiração, veio a reflexão e com ela uma certa tristeza por estarem eles presos ali para sempre quando poderiam ter sido semeados e produzidos milhares, milhões, bilhões de outros grãos.

Foi então que um verso bíblico germinou na minha mente: "Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto".

Sem querer me deter em questões científicas sobre afirmações de muitos incrédulos que dizem que Jesus cometeu um erro ao afirmar que as sementes morrem, quando na verdade, elas não morrem, mas se transformam, tenho que explicar que Jesus estava certo sim, como sempre, se considerarmos o que ele realmente queria ensinar.

Jesus estava falando da necessidade de ele morrer, para que a salvação e a ressurreição fosse possível a todos. O Senhor Jesus quis dizer que Ele mesmo teria que morrer em sua vontade própria, para que a vontade de Deus fosse feita: “Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.” Ele tinha que morrer e tão qual a semente, ele ficaria pouco tempo embaixo da terra, mas logo ressurgiria, ressuscitado, olhando para o alto. Vivo!

Muitas vezes pensamos estar fazendo a vontade de Deus quando planejamos, oramos, executamos e nos envolvemos em tantas atividades. Mas se deixarmos de lado o mais importante: consultar e seguir a vontade de Deus para a nossa vida, não estamos fazendo nada realmente. E se não seguirmos a vontade de Deus, as coisas não dão certo no final. Não é de admirar que muitos parecem ter tudo, materialmente falando, mas continuam no vazio, sem esperança, sem direção, com aquela sensação de estar faltando alguma coisa. E está. Não é possível fazer a vontade de Deus se não morrermos para a nossa própria vontade.

Ao olhar para Jesus, vemos que ele foi submisso em tudo à vontade do Pai e assim cumpriu o propósito de sua vida, como ele mesmo afirma: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. João 6.38

Pare por um momento e converse com o seu Pai. Pergunte a ele qual a vontade dele para a sua vida. Submeta tudo à vontade dele sem esquecer nada. Coloque-se como semente nas mãos do Senhor e confie, porque no tempo certo, o milagre da multiplicação se repetirá e tudo isso porque você morreu para a sua vontade e se submeteu à vontade de Deus que é sempre boa, agradável e perfeita.

Que Deus nos abençoe é a minha oração!